A tendência de despejar grande parte do orçamento anual de marketing em um evento ainda é bastante controversa. Dentre todos os motivos levantados para não realizar um evento, destaca-se a dificuldade de medir sua eficiência em termos de ROI. Aliás, hoje em dia temos dificuldade de medir o ROI de quase todas as ações publicitárias; O ROI está nu.
Levando-se em conta todos os desafios presentes na organização de um evento, fico muito impressionado quando me deparo com um evento do porte do Nokia Camp. É muito gratificante ver que as marcas estão aprendendo a sair do modelo "falem apenas de mim", no qual os mediadores são obrigados a citar o nome da marca exaustivamente chateando todos os convidados e passando para um ambiente, no qual o nome e a imagem da marca acabam surgindo espontaneamente. 
Ao abandonar a proposta "varejista" de organização de eventos, a Nokia confia que os convidados irão associar a marca aos conceitos que permearam a atração. A associação passa a ser intrínsica e eficaz como toda a empresa deseja; Nokia é cultura, convergência, aprendizado e tecnologia e não Nokia, Nokia e Nokia.
A própria disposição das atividades do evento também me agradou bastante. Eram vários workshops de música, apps, messaging, mapas e video acontecendo simultâneamente e os participantes podiam escolher quais queriam ver. Na arena principal, os integrantes da mesa se revezavam continuamente, sugerindo assuntos, estimulando e reciclando novos debates. Com essa proposta, as conversas surgiam de forma muito similar à comunicação contemporânea: não lineares, horizontais, fractais, mesclando jovens e adultos, profissionais e semi-profissionais. É uma sugestão que se contrapõe ao modelo tradicional pouco interativo com um palestrante falando o tempo inteiro para uma multidão de pessoas.
Com um cenário de saturação de eventos, a busca por novos formatos se torna vital e nesse quesito, todos temos um pouco a aprender com o Nokia Camp.
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