A tendência de despejar grande parte do orçamento anual de marketing em um evento ainda é bastante controversa. Dentre todos os motivos levantados para não realizar um evento, destaca-se a dificuldade de medir sua eficiência em termos de ROI. Aliás, hoje em dia temos dificuldade de medir o ROI de quase todas as ações publicitárias; O ROI está nu.

Levando-se em conta todos os desafios presentes na organização de um evento, fico muito impressionado quando me deparo com um evento do porte do Nokia Camp. É muito gratificante ver que as marcas estão aprendendo a sair do modelo "falem apenas de mim", no qual os mediadores são obrigados a citar o nome da marca exaustivamente chateando todos os convidados e passando para um ambiente, no qual o nome e a imagem da marca acabam surgindo espontaneamente.



Ao abandonar a proposta "varejista" de organização de eventos, a Nokia confia que os convidados irão associar a marca aos conceitos que permearam a atração. A associação passa a ser intrínsica e eficaz como toda a empresa deseja; Nokia é cultura, convergência, aprendizado e tecnologia e não Nokia, Nokia e Nokia.

A própria disposição das atividades do evento também me agradou bastante. Eram vários workshops de música, apps, messaging, mapas e video acontecendo simultâneamente e os participantes podiam escolher quais queriam ver. Na arena principal, os integrantes da mesa se revezavam continuamente, sugerindo assuntos, estimulando e reciclando novos debates. Com essa proposta, as conversas surgiam de forma muito similar à comunicação contemporânea: não lineares, horizontais, fractais, mesclando jovens e adultos, profissionais e semi-profissionais. É uma sugestão que se contrapõe ao modelo tradicional pouco interativo com um palestrante falando o tempo inteiro para uma multidão de pessoas.

Com um cenário de saturação de eventos, a busca por novos formatos se torna vital e nesse quesito, todos temos um pouco a aprender com o Nokia Camp.

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I'm reading: Nokia Camp

Devo admitir que eu não suporto Star Wars. Apesar disso, eu respeito o filme de George Lucas por ter virado ícone da cultura pop e por ter criado uma geração de fãs ensandecida, capaz de realizar loucuras para engrandecer a obra. O mais novo projeto dos fãs consiste na recriação total de um dos filmes da série. As pessoas se cadastram no site e recebem 30 dias para gravar um trecho de 3 segundos. Caso o upload não seja realizado, outro fã ganha o privilégio de utilizar o trecho. Por enquanto, o site já recebeu 337 contribuições bastante variadas, incluindo regravações com marionetes e animações em stop-motion. No final do projeto, o novo filme feito por milhares de fãs será exibido lado a lado com o original. A impressionante recriação denominada Star Wars: Uncut promete ser o maior crowdsourcing já documentado.



Como eu ja mencionei no começo do texto, não curto muito a temática que mobiliza toda essa galera, mas acho interessante pensar que muitas pessoas estão se envolvendo para criar algo grandioso. Trazendo para o nosso meio, algumas marcas já estão reconhecendo a força da influência dos seus consumidores para criar uma poderosa ferramenta de divulgação e até vendas dos seus produtos, mas eu ainda acho que é um movimento acanhado. Gostaria de ver marcas que possuem uma relação intensa com o consumidor como Apple, Harley Davidson, Nike entre outras instigando ainda mais os seus fãs para que eles criem para elas, e sejam devidamente recompensados pelos seus feitos.

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I'm reading: Star Wars: Os fãs contra-atacam

É incrível a capacidade do ser humano de menosprezar ideias simples. Amontoados em conceitos e briefings, em bases de dados confusas e pesquisas com metodologias duvidosas, às vezes nos esquecemos da importância de algo que está debaixo dos nossos narizes, de algo que surge inespesperadamente e que talvez, nem estivéssemos procurando. Frequentemente, sugerimos que uma boa ideia deve necessariamente servir para vender algum produto de alto valor agregado. Mais grave do que isso, temos tendência a desmerecer uma ideias que não passou por rigorosas métricas de análise, que parece simples demais para dar certo e que poderiam ter sido formuladas por qualquer um.

Toda essa introdução florida serve de base para comentar a empresa Denin Therapy.
Eles criaram uma novidade que custa apenas 30 dólares, que parece simples demais pra dar certo e que poderia ter sido idealizada por qualquer um. Esses três fatores não reduzem meu interesse pelo projeto, mas de forma contrária, me fazem admirá-lo profundamente.



O produto da Denim Therapy é voltado para mulheres durante o período de gravidez. A companhia requisita que os consumidores enviem seus pares de jeans favoritos e então
insere uma costura lateral interna que se move e se expande conforme a barriga da mulher cresce. Depois do nascimento do bebe, a empresa restaura o jeans para sua forma original. Nas palavras da Denim Therapy: “Por que gastar dinheiro em um novo jeans se você pode se sentir sexy e confortável no seu jeans favorito?”. Além do apelo natural do produto, a Denim Therapy ainda mostra que está alinhada com as novas tendências de consumo sustentável, promovendo o prolongamento da utilização de um produto ao invés da compra de um novo.

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I'm reading: Denin Therapy e o Valor de uma ideia Simples

Simplesmente fantástica essa ação de conscientização no trânsito, feito pela ONG OVK na Áustria, formada por parentes de vítimas no trânsito. “Let it ring” é uma experiência onde o internauta envia um e-mail e um telefone de um amigo qualquer, e em poucos minutos ele receberá um link do GarageTV. Ao abrir o link, o amigo pensa que irá assistir a um acidente de carro ou algo assim. De repente, equanto ele assiste ao vídeo, o telefone dele irá tocar (o número que foi passado junto com o e-mail), caso ele atenda, algo inusitado acontece. Não deixe de ver o vídeo.

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I'm reading: Sincronia bem feita - "Let it ring"

Todo dia aparece um apocalíptico de plantão pra dizer que a publicidade acabou. Concordo que não vivemos em uma época de clientes ingenuos dispostos a gastar caminhões de dinheiro por qualquer job, mas também não vejo nenhum problema com isso. Enquanto alguns colegas de profissão despejam lágrimas nostálgicas com o fim do orçamento milionário para os seus filmes, outros estão trancafiados em seus escritórios criando campanhas como a “Life is Sharing” da T-Mobile. A ideia (sem acento por causa da nova lei ortográfica) gira em torno do conceito de FlashMob, no qual um grupo pessoas se mobilizam para realizar algum movimento.

Tudo começou no metro de Londres, onde alguns artistas briefados pela empresa criaram uma experiência inusitada para os transeuntes. O que era cool, interessante e viralizável foi potencializado por mil e ainda se tornou emocionante e comovente na segunda ação. Durante o show de abertura da temporada do programa da Oprah, 800 dançarinos foram contratados para fazer uma coreografia engraçada.



Não consigo me cansar desse video, pois acredito que ele é muito inspirador para quase qualquer um. Reparem na expressão de espanto e felicidade da Oprah, uma pessoa que ao longo de sua vida e carreira deve ter visto de tudo. Além disso, imaginem o que deve ter significado para os fãs, a experiência de estar presente nesse show. Certamente, algo muito mais profundo do que um simples comercial poderia propiciar. Por fim, a T-Mobile convidou milhares de pessoas para aparecer na Trafalgal Square em um determinado horário. Foram distribuidos microfones e posteriormente, a letra de “Hey Jude” dos Beatles apareceu em um telão, sendo instantaneamente cantada por milhares de vozes em coro.

Nas palavras de Sérgio Valente, presidente da DM9, as marcas devem transmitir conteúdo, entretenimento e mobilização. Nas minhas palavras, é incrível como uma empresa que há dois meses não me dizia nada, pode ter me conquistado tão rapidamente. São ações como essas que me fazem recordar o motivo de ter escolhido essa profissão e a vontade de ser um cara que vai fazer muito mais do que filmes, spots e anúncios em midia impressa.

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I'm reading: T-Mobile, FlashMobs e Muita Inspiração

O eBay, famoso site de comércio eletrônico, inaugurou em Nova York uma exposição para apresentar as principais tendências de presentes que podem ser encontradas no site.
Para deixar a exposição mais organizada ela foi dividida por categorias, como:

- Retro Revival que traz produtos antigos e memoráveis.
- Eco Excellence onde a consciência ecológica se faz presente.
- Savvy Splurging onde qualidade e durabilidade é fundamental .
- Shop Culture que mostra vários produtos tendo como tema a cultura pop.

Esse tipo de ação feita pelo eBay proporciona uma opção a mais para o cliente, pois lá ele pode tocar e experimentar uma coisa que apenas seria exposta na tela do seu computador ou em catálogos enviados pelo correio.

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I'm reading: eBay inaugura loja em NY

Com a evolução da sociedade moderna e o crescimento das grandes corporações, as marcas começaram a ter um papel de maior representatividade e destaque na economia mundial. Nos anos recentes, as empresas passaram a gerar receitas bilionárias e na mesma proporção, cresceram também as suas responsabilidades. Os novos consumidores exigem que a empresa seja transparente e harmoniosa com o ambiente em que atuam.

De olho nessa exigência, a ONG francesa Save Your Logo criou uma ideia simples e interessante que envolve tanto as empresas quanto o meio ambiente. O programa incentiva as empresas a doarem para evitar a extinção do animal que pertence ao seu logo. Além disso, empresas que não possuem animais em seu logo podem doar para um fundo comum composto por todas as espécies. O dinheiro recebido é redistribuído para organizações especializadas em biodiversidade e as empresas recebem incentivos fiscais.

Difícil saber se as companhias estão preocupadas com a questão ambiental ou estão apenas atrás do incentivo, mas o fato é que a Jaguar, a Puma e a Lacoste já aderiram ao projeto e estão ajudando a salvar 1/4 dos mamíferos, 1/3 dos anfíbios e 1/7 das aves, ameaçados de extinção.

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I'm reading: Save Your Logo