Google Buzz: Impressões Iniciais

Posted: 10 de fevereiro de 2010 by Finho in Marcadores: ,
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Em seu livro Free, Chris Anderson é extremamente feliz ao analisar o volume e a precisão de informações geradas por usuários (UGC) no meio online. Muitos analistas se precipitaram em afirmar que empreendimentos como a Wikipedia ou o Youtube seriam grandes fracassos por não remunerarem os usuários que uploadam conteúdo.

Acontece que o meio online deve ser visto de uma forma radicalmente diferente do offline. É um mercado movimentado pela economia de patentes e não pela economia tradicional de moedas. Em virtude desse fato, enquanto um autor de livro espera faturar com sua obra, um blogueiro deseja ser lido por milhares. Se um músico deseja receber milhões, um usuário da Last.FM quer ver sua rádio emplacar no Top 5 e sem ganhar nenhum tostão. Os cineastas de hollywood esperam gerar grandes retornos para seus produtores, enquanto os Matts da vida estão por todo o youtube reproduzindo conteúdo gratuito para multidões.

Esses são só alguns exemplos e também é claro que o sucesso adquirido na internet pode eventualmente gerar dinheiro real, mas em termos gerais: reconhecimento em meios tradicionais resulta em dinheiro enquanto audiência na internet produz prestígio e status.


Com essa definição em mente, estou curioso para saber a repercussão que o Google Buzz (lançado hoje) terá. Em um dia de testes, percebi que a ferramenta não apresenta nenhuma grande ideia ou inovação tecnologica em relação aos outros sites disponíveis na internet.

Entretanto, de forma inusitada, estou bastante empolgado com a utilização que ela pode ter. Afinal de contas, atualmente temos contas em tantos serviços diferentes espalhados que um produto que unisse tudo de forma convincente seria bastante útil.

Inicialmente, eu fui bastante relutante em utilizar o GTalk por ser adepto do MSN, mas hoje em dia, uso as duas sem maiores problemas. O uso do MSN não invalida o GTalk; eles são complementares. O Google Buzz permite sincronismo com Flickr, Picasa, Twitter, Blogger entre outros.

Não seria maravilhoso se pudessemos transformar o nosso buzz em uma mídia pessoal?

Quem resolver me seguir no Google Buzz já pode: ver as minhas fotos, ler meus últimos textos, acompanhar meus tweets e quem sabe no futuro, se o Google fizer novas parcerias ainda poderá saber mais sobre as músicas (Last.FM), filmes (MovieMobz) e outros gostos pessoais.

Acredito que dessa maneira, o Buzz será mais eficiente e específico do que qualquer rede social, criando uma verdadeira identidade na internet.

Devemos sempre tentar entender a motivação das pessoas para analisar algum novo produto. Muitos negócios baseados em UGC já se tornaram grandes hits apoiando-se na vontade de colaborar ou aparecer por parte dos usuários. Mesmo no meio offline, nos sentimos felizes por apresentar uma ótima banda obscura ou um bom filme desconhecido para um amigo e ver que ele gostou.

Somando esses fatores ao gigante nome que a empresa criou nos últimos anos, reconheço o Google como "dono" na internet e aceito o papel do Buzz como meu RG virtual torcendo para que ele não se torne apenas um novo modismo.

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2 comentários:

  1. Anônimo says:

    Sou conservadora nesse ponto, não vou negar. Eu só me rendo à uma tecnologia quando vejo que ela faz relativo sucesso.
    Se for correr atrás de tudo que aparece, fico louca e não trabalho nunca mais.

    Acho que Buzz pode ser uma ferramenta interessante, mas ela não tem nada de muito inovador, uma vez que no Multiply era possível fazer quase tudo. Pena que não emplacou, eu até gostava...

    Muito bom o texto!

  1. Finho says:

    projetor. Obrigado pela leitura e pelo elogio.

    Eu ouvi por aí que o FriendFeed (que eu nunca usei) era quase idêntico também. Na internet acaba acontecendo isso muito frequentemente. Produtos similares acabam obtendo diferentes níveis de atenção de acordo com outros fatores que não são propriamente os benefícios da ferramenta. Creio que o mais importante deles é a adoção massiva em algum momento do seu ciclo, como aconteceu com o Twitter aqui no Brasil.

    Fazendo um paralelo com o mundo offline, se a Positivo lançar um IPhone, provavelmente ele não terá um volume de usuários como o da Apple mesmo que ele possua exatamente as mesmas características.

    À luz desse raciocínio é interessante ver a forma que o google encontrou para contornar o problema da adoção inicial dos usuários. Você já começa automaticamente seguindo e sendo seguido por alguns dos seus contatos do Gmail. É claro que para o produto ser bem sucedido, é necessário prosseguir encantando os consumidores.

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