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Quando entro numa rede social sempre penso "O que quero mostrar" e "Quem eu quero que veja". São perguntas fáceis de responder quando se está na escola e todo o seu mundo se resume às pessoas da sua turma. Para aqueles que estão no Linkedin também não há maiores dificuldades, afinal todos que tem acesso às suas informações estão procurando a mesma coisa: contatos profissionais.
 
No entanto, quando a rede se torna multi-social a coisa começa a ficar complicada. Em cada meio se deseja ter uma imagem e para cada imagem deve-se postar alguma coisa ou não (esse processo pode ser natural ou forçado, consciente ou não, mas acontece). Quando o assunto é polêmico - como drogas, sexo, etc - o equilíbrio pode ser impossível, uma vez que por um lado você gostaria de compartilhar sua opinião com determinadas pessoas e com outras nem tocar no assunto. É o caso de mulheres que evitam colocar fotos de biquini no Orkut/Facebook porque em determinados meios é considerado vulgar (e aqui não importa se isso é hipócrita, atrasado e moralista, mas sim se a pessoa está afim de lutar contra o preconceito ou não - e "não" pode ser uma resposta); alguém que evita comentar sobre uma balada porque no dia seguinte foi trabalhar e tem medo de que o chefe não goste de sua atitude; alguém que nem coloca o "Tapa na Pantera" para seus amigos porque não quer ser relacionado a maconha ou não quer que seus pais desconfiem que ele fuma, etc.
 
De repente parece que aquilo virou uma "festa na qual tudo que você comentar com alguém será anunciado no alto-falante" e, então, as pessoas adotam o padrão mais conservador entre todos os grupos dos quais participa, apenas mostrando a cara nos demais. Quando isso acontece, toda a rede torna-se desinteressante, simplesmente porque as pessoas estão atuando e evitando a espontaneidade.

 
Neste ponto cada um encontra uma solução: diminuem o interesse e ficam assim mesmo, abandonam o site, criam 2 ou mais contas (uma para cada grupo), tornam-se usuários passivos que só observam os outros sem colocar conteúdo, escolhem um grupo único para se dedicar e usam a ferramenta para se promover (Chris Anderson, por exemplo, só tuita a respeito do Free, do Longtail, da Wired e de seu blog), etc.

Pode ser que este seja o caminho natural das redes sociais, já que as pessoas parecem querer maximizar o número de contatos que tem. Talvez na visão das redes isso seja algo positivo, na minha, passado o efeito "novidade" a coisa fica chata: muito do que se quer postar pode ofender alguém e muito daquilo que se vê parece falso ou desinteressante (para quem não percebe isso, ao invés de chata a coisa fica perigosa, vide "Pérolas do Orkut"). Comenta-se que o Buzz contará com ferramentas para que se controle quem vê cada conteúdo adicionado por você, o que pode ser um grande paliativo ou até mesmo uma solução para a questão, dependendo de quão efetiva e fácil de usar for esta ferramenta.

PS: lendo http://cli.gs/GGhUr (sim, via twitter) percebi que não é só o que você coloca, mas também quem te segue / é seguido por você que pode ser incômodo revelar.
PS2: o que eu escrevi diz respeito a todas as redes sociais das quais eu já participei, mas em especial Orkut e Facebook. O Twitter talvez tenha um aspecto menos pessoal - talvez

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